7.12.05

Vá-se lá entender o mulherio

Escorraçamo-los. Como a cães tinhosos, insensíveis ao olhar murcho do bicho magoado, corremos com eles aos berros, aos pontapés, aos já não te posso ver, não te aturo mais, não há paciência para isto, nem mais um dia, põe-te a andar, saí daqui, pira-te do meu espaço, não se aguenta essa tua mania de olhares para mim como objecto, não me respeitas como ser humano, não te interessa que eu tenha raciocínio e inteligência, que seja mulher/profissional/culta/interessada/interessante, não me apoias na vida/carreira/afazeres/interesses, a ti tanto te faz que eu seja assim ou assado desde que esteja gira/boa e bem vestida/despida, eu sou mais do que um corpo e quero um homem que olhe para mim como uma pessoa completa.

E depois, o pobre diabo escorraçado, enfiado, gasto, deprimido, arrastando os pés e a infelicidade atrás dele, mergulhando em anti-depressivos e ansiolíticos, bebendo cervejolas com os amigos em situação igual encostado ao bar onde todas as mulheres são umas cabras, lá arrebita e arranja outra.

E nós, lá no fundo, no fundo, ficamos todas contentes porque a outra é mais feiosa que nós.

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