19.10.06

"Blessed are the meek?!"

Não consigo deixar de me rir sempre que penso na cena da recriação do sermão da montanha em versão Monty Python. É uma das cenas mais hilariantes de sempre da história do cinema comédia e aliás o filme (Life of Brian) será um dos mais hilariantes de sempre e mesmo vendo-o repetidamente rio-me sempre até às lágrimas quase desde o princípio até ao fim.

Mas voltando ao sermão da montanha não posso deixar de transcrever aqui uma parte porque para quem já viu e se recorda a cena é filmada de longe e os personagens não conseguem ouvir bem a voz de Jesus e seguem-se algumas confusões bastantes originais que rezam mais ou menos assim:

P: Could you be quiet, please? What was that?
R: I think it was, "Blessed are the cheese makers".
P: What's so special about the cheese makers?
R: Well, obviously, it's not meant to be taken literally. It refers to any manufacturers of dairy products.
P: Hear that? "Blessed are the Greek".
R: The Greek?!
P: Well, apparently he's going to inherit the earth.
R: Did anyone catch his name?
P: Oh, it's the meek!
R: "Blessed are the meek"! Oh, that's nice, isn't it? I'm glad they're getting something, cause they have a hell of a time!


E depois no fim tudo bem rematado com um: "well, what that Jesus fails to appreciate is that it's the meek who are the problem!"

E realmente aqui entre nós que ninguém nos ouve mas porque razão é que uma coisa chamada bem-aventurança que nos amanda com um "abençoados são os pobres de espírito porque é deles o reino do céu" é sequer considerada uma bem-aventurança? Isto será bom para quem? Para eles? Como são pobres de espírito vivem na ignorância de qualquer maneira e por serem assim nem reconhecem a sua própria pobreza inerente mas coitadinhos um dia quando morrerem e sem perceberem bem porquê nem como, lá entrarão todos contentes para o reino do céu enquanto que os outros desgraçados que se andam aqui a esfolar para não serem assim tão pobres de espírito se calha levam com o fogo do inferno nas fuças para não se andarem aqui a armarem em mais espertos que os outros!

Nunca percebi bem quem papa estas bem-lérias e acha que depois da morte é que é e que terão tudo o que não tiveram em vida (ai pera lá, se souberem discorrer isso já não serão assim tão pobres de espírito e portanto se calha já não têm direito a nada… mas que raios de lógica esta!) E por isso quando um dia vi esta cena deste filme imperdível achei que se calhar o que aconteceu foi que o gajo que andava por lá a anotar as coisas que o outro dizia às tantas não ouviu bem e escreveu uma patacoada qualquer porque assim como assim naquela época provavelmente muitos nem saberiam ler portanto ninguém ia dizer que o que ali estava escrito não era a verdade mais pura e dura. Se o homem estava a discursar numa montanha cheia de gente, e cheia de pó e de vento e se calhar até de criancinhas aos gritos e animais a zurrar, é ou não é possível que o rapaz tenha ouvido mal e nós andamos aqui há sei lá quantas gerações a gramar nas fuças com os mal-entendidos do amigo?! Como a língua é muito traiçoeira, qualquer língua é, e se é fácil confundir greek com meek, ou até pobre com torpe ou até nobre, possivelmente na língua de trapos de então haveria também muitos vocábulos passíveis de serem confundidos uns com os outros ou não era?

Ainda estou para saber, algo que nunca saberei pois claro, mas o que raio que foi que se passou na cabeça desse gajo para escolher os pobres de espírito! Mas esses gajos interessam para alguma coisa?! Ou até para alguém?! Trazem algum valor acrescentado ao resto da gente que anda aqui a esmifrar-se para chegar a algum lado algum dia?! Irra que há lá erros ortográficos que chateiam!

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