10.11.06

Flutuo

Fechei os olhos para não te ver porque hoje queria só sentir, sentir-te, usar as mãos como instrumentos como se tu fosses um pedaço de argila e eu escultor. Sei onde estás, as minhas mãos sabem-te, querem decorar-te para depois recriar a tua forma no espaço argila que em mim deixas quando te aproximas e te abandonas nas minhas mãos.

A minha escrita não é fluida, não segue os teus contornos e não te pinta como o poderiam fazer as minhas mãos que te procuraram e te amaram. Para aqui sobram apenas as migalhas que me deixaste quando te desprendeste das minhas mãos, quando delas te despediste prometendo voltar um dia, ou talvez não…

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