18.1.07

Sem penetração!

Ora ali o nosso caríssimo comentador animal é que pôs ali o dedo na tusa, musa, ou isso: "enquanto houver língua e dedo não há mulher que meta medo!"

Ontem andei a passear ali nos links que a Fox teve gentileza de aqui partilhar e num deles, já não me lembro bem qual confesso, uma gentil senhora averbava que o segredo para se ter sexo fantástico é mesmo… que não há segredo nenhum! Ninguém sabe ao certo se a coisa vai funcionar quando se atira de fuças sobre o prato que lhe apetece degustar. O prato pode estar frio e nunca chegar a aquecer por mais engenho e tentativas da nossa parte e aí há que render-se à evidência que há mulheres, e porventura homens também, que terão momentos em que simplesmente não estão para aí viradas! É uma pena pois é… mas acontece!

Mas voltando ali ao comentário do animal, a maior ilusão em relação à sexualidade feminina é que as mulheres atingirão um orgasmo através da penetração. Haverá algumas que talvez sim, pessoalmente não conheço nenhuma (haverá por aí alguma que se acuse e se preste a deixar aqui o seu testemunho?) A forma mais eficiente de fazer com que uma mulher atinja um orgasmo é pela estimulação do clítoris, directa ou indirectamente, e elas saberão qual é a melhor forma.

Que os homens não saibam pormenores destes até compreendo, porque a sua anatomia é sobejamente diferente da nossa. Agora que hajam por aí mulheres que adiram a este falso conceito é que já me parece caso para chamar a brigada do orgasmo insatisfeito! A primeiríssima coisa que uma mulher deve fazer para atingir um orgasmo é mesmo conhecer-se a ela própria. Aperfeiçoar-se na arte de se dar prazer a si mesma, assim como os homens normalmente o fazem a partir de tenra idade. Ela melhor do que ninguém conhecerá o seu corpo e os seus órgãos sexuais. Não os conseguirem ver na sua plenitude não é desculpa! Arranjem um espelho, libertem-se de alguma da penugem (se não mesmo toda) que cobre a vulva e a vagina e vão ver como é fantástico isso que possuem por entre as pernas!

Uma vez conhecedora da sua anatomia e da maneira de se tocar que mais prazer lhe dará, poderá então a mulher procurar um parceiro ou parceira que a ajude a partilhar os segredos mais bem guardados da sua intimidade. As mulheres como parceiras têm duas vantagens em relação aos homens (pondo de parte a nojice que algumas dizem sentir se pensarem em deixarem ser-se tocadas por uma mulher… o que é algo que me transcende porque se uma mulher achar nojento dar prazer a outra mulher… o que pensará ela de dar prazer a ela própria… ou até de dar prazer a um parceiro homem?)

Primeiro uma mulher conhece melhor a anatomia feminina do que um homem. Será mais evidente para uma mulher onde deve tocar para que a sua parceira desperte para um mundo novo de sensações e emoções. Claro que as mulheres são todas diferentes e nem sempre atingem os orgasmos da mesma forma, mas diria que no geral uma mulher saberá melhor como chegar ao cerne de outra do que um homem (e estou apenas a falar em termos puramente sexuais). E claro, é preciso que ambas aceitem o facto de que é perfeitamente natural duas mulheres gostarem de se dar prazer mutuamente, o que é algo que ainda estamos muito longe de atingir entre as mulheres (ao contrário dos homens que já há muito acham que é perfeitamente natural duas mulheres darem-se prazer mutuamente!)

Segundo, é mais fácil duas mulheres comunicarem entre si, sem vergonha e sem pudor. Se há algum segredo para se ter sexo fantástico, ele está no estabelecimento duma comunicação franca e desempoeirada entre os parceiros ou parceiras. Cabe a cada mulher dizer o que gosta, mesmo que esteja aberta a novas experiências e aceite ser tocada de outras formas, pois nunca se sabe o que cada uma de nós é capaz de sentir ao ser tocada por outras mãos que não as nossas. Uma experiência que pode ser muito positiva é a mulher masturbar-se em frente ao parceiro ou parceira de forma a que este ou esta possam vê-la a atingir o prazer, e com isso aprendam os seus modos de o fazer. O pior que pode acontecer é uma mulher ter vergonha do seu corpo, das suas formas, dos seus órgãos genitais. A vergonha é inimiga do prazer, é um verdadeiro bloqueador de orgasmos!

Não digo que durante séculos não se tenha tentado restringir, senão mesmo castrar, a liberdade sexual das mulheres. Mas hoje em dia não me parece que faça sentido as mulheres não poderem falar livremente de sexo e de prazer tal como os homens sempre fizeram e continuarão a fazer. Qualquer homem e qualquer mulher têm o potencial de ser excelentes amantes, se souberem ouvir e sentir as necessidades das parceiras ou parceiros. Não é justo que seja só o homem a ter prazer! E se numa relação é só ele que o tem (ou até se nenhum deles o tem!) estará na altura de fazerem com que a dinâmica sexual se altere porque sendo verdade que podemos todos viver sem sexo, também não deixa de o ser que é bem melhor vivermos sexualmente realizados!

E quanto à escolha do sexo do parceiro, viva a diversidade! Cada um é que sabe aquilo que fisicamente o atrai e podemos ser todos felizes desde que todos aceitemos que há quem goste de variar! Tendo experimentado dos dois géneros, eu cá já escolhi o que mais me satisfaz na cama, e sinto-me uma mulher mais sexualmente liberta deste modo, mesmo que a sociedade continue a achar que eu sou depravada, libertina e perversa!

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