11.3.07

desinfecção

O ciúme era tão idiota. A insistência das comparações era absurda. Perguntava a si mesma se ela seria mais bonita, mais inteligente, mais sexy. Ou se o faria sentir-se mais seguro de si... O broche dela seria irresistível? E os beijos, mais pirotécnicos? Quando fodiam sentiria ele que um mundo acabava e começava outro?
A curiosidade matou o gato; a ela, nada lhe disse.
Ficou, naquele dia, a olhar para todas as mulheres que entravam, pudessem elas ter a sua idade. Seria esta? E se fosse aquela? (coitado...) Podia ser qualquer uma. Ou todas as mulheres, por extensão. Sentia os pelos do braço da que estava ao seu lado sobre a pele e teve um sobressalto. E se fosse ela? Era esperta. Já tinha tido uma intervenção, e ela tinha gostado de a ouvir. Teve um gesto de cumplicidade com ela e viu-se, absurdamente, promíscua por estar a imiscuir-se na vida dele sem o seu conhecimento.
Pensou é doentio; e sacudiu o ciúme de cima como um cão sacode a água do pêlo.

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