1.4.07

Diálogo entre cores que se fodem

Vd – Verde, personagem masculina deste meu dialogo imaginário
Vm – Vermelho, mulher como não podia deixar de ser!

Vd: Eu sou a cor da vida, a cor das folhas, da esperança nunca perdida!
Vm: E eu sou a cor do sangue, do calor que excita, de todas a mais fodida!

Vd: Mas eu sou também a cor do mar, por vezes até do ar… sou o oxigenar!
Vm: E eu a cor das chamas, do fogo, da lava… sempre a arder até queimar!

Vd: Ó Vermelha duma figa, vai-te mas é lixar! Estragas e ofuscas o meu brilhar…
Vm: Não vou para lado nenhum… verde enjoado e mortiço…eu sou de quem quer amar!

Vd: Cor brilhante e apaixonante… não te queres a mim misturar?
Vm: Olha olha… Olha-me este já aqui a tentar-me engatar!

Vd: Mulher fogosa e colorida… de repente e de tanto te olhar…
Vm: Não querem lá ver ó verde descolorido que te estás a apaixonar?...

Vd: Falta-me aqui uma cor, um calor… uma inspiração!...
Vm: Ai que ele está de todo! Cá para mim isso é mais tesão!

Vd: Chama-lhe o que quiseres ó vermelhona do meu coração…
Vm: Não te consigo achar piada ó verde mais sensaborão!

Vd: Inflamaste-me e queimaste-me as pontas… endureceste-me o caule!
Vm: Eu dou-te o caule mas é uma marretada na cabeça ó alho mole!

Vd: Anda cá e leva-me contigo para o inferno ó vermelhona boazona…
Vm: Ai tou tramada com este marmelo verde… já me lixaste a inspiração!

(Pausa para deixarmos as cores misturarem-se e diluírem-se numa fusão orgásmica multicolor…)

Vd: Eu cá bem sabia que me querias e que gostavas das minhas comichões…
Vm: Ó verde duma figa… que bem que tu brincas com os meus melões!

Vd: Já estás a ver… percebeste como é importante apreciar o prazer?
Vm: Percebi ó verdilhão potente… ai que bom que é te foder!

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