11.4.07

sem pingo de poesia

Entra-me. Sem preâmbulos nem delongas. Agarra-me e puxa as minhas pernas para ti. Morde-me os pés, lambe-me os dedos. Isso, assim. Investe contra mim, com força, todo e lento. Vou ser tua só da cintura para baixo, não me olhes as mamas, nem vejas a fosforescência do meu sorriso. Observa os quadris que se agitam desconexos, como se dançassem um solo de violino em contraponto com a tua percursão repetitiva e cada vez mais rápida. Repara na púbis, vai-se levantando: estou quase a vir-me e colo-me ao teu corpo. Quero sentir todo o peso do embate desde o cimo do risco aberto de par em par até ao canto onde despontam as nádegas. Já te vieste? Foda-se, nem dei por nada. Estava concentrada em mim, sabes – quando me venho sou toda cona, a latejar. Não saias já, continua. Os meus espasmos ainda duram. Podes ir, não me toques; vou dormir.

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